A terapia corporal há umas semana atrás me fez chacoalhar perante novas descobertas a meu respeito: minha primeira crise de depressão ou loucura foi aos 8 anos de idade. Diante desta e outras novas fiquei mal, revoltada, amargurada, azeda, irritada... Eu que não costumo sair por aí pedindo ajuda, senti necessidade de uma opinião de fora e asssim escrevi um email para a Cristina do site: http://www.tratamentodadepressao.org/.
O primeiro e-mail, estava desesperada, que escrevi para a Cristina: "desculpe desabafar e perguntar, mas é que tenho tido vivencias na terapia corporal muito interessantes e gostaria de ouvir a opinião de terceiros, pois pouco ouço sobre depressivos que tiveram a doença desencadeada na infancia como eu, aos 8 anos para ser precisa. São 20 anos de depressão já e somente de uns 2 anos para ca é que realmente enraizei e os tratamentos estão me devolvendo para mim, para eu poder finalmente arrumar a bagunça do furacão e tomar as redeas da minha vida. Mas sinto como um drogado, que perdeu anos de vida...
Desculpe querida, é a primeira vez que faço isto, de perturbar alguem desconhecido com a tal doença..."
A Cristina respondeu gentilmente se eu me referia a depressão relacionada a reencarnação e eu escrevi um segundo e-mail: "bom, falo sobre sua opinião a respeito da depressão na infância sem estar relacionada a reencarnaçao. Vou ser mais clara:
eu era uma criança muito alegre, amorosa, em paz, segura de mim e dos meus gostos, cheia de vida, observadora, que amava a vida, sentia-a como um milagre, o qual eu vivia de bom grado, isto até uns 8 anos, quando comecei a ficar pinelzinha porque fui crescendo no ambiente familiar hostil, de medo, de violencia fisica e verbal, bem como anulação de mim. era um lar cheio de disfarces, pois para a sociedade nosso lar era perfeito... "por fora bela viola, por dentro pao bolorento..."
minha familia usou o espiritismo durante anos como uma fuga para se resolver questões praticas e foi se escondendo atrás das deturpações da filosofia espirita, assim eu fui ficando cada vez mais deprimida, perturbada e beirando a loucura, também uma herança genetica da familia.
hoje estou na fase do tratamento em que estou lidando com a realidade em que vivi, que por anos foi deturpada por toda a familia e inclusive por mim, que passei a seguir a dinamica familiar. Percebi o quanto fui cruel comigo pois nao aceitava a doença de jeito nenhum. percebi também a mentira em que toda a familia viveu. que é uma familia amorosa, de pessoas "do bem". "
Fui muito sincera comigo ao escrever este email para a Cristina. Estava muito azeda, muito amargurada, me sentindo uma judiação por ter sido tão negligenciada pela família. Coitada de mim! E Cristina me respondeu com algo que não era novidade, mas que eu por estar tão mal perante as descobertas, havia esquecido e ao ler a resposta dela tive uma catarse emocional. Chorei muito, e senti que chorei por todos os anos em que não me permiti entrar em contato comigo e minha história. Chorei de emoção, de alívio, me banhei e me lavei e depois desse dia algo dentro de mim se transformou.
Obrigada Cristina pelo carinho e pelo tempo que você disponibilizou para me responder e obrigada pela grande ajuda de pegar na minha mão e me guiar até eu mesma.
Obrigada a minha família que amo muito, que tanto me ajudou e me ajuda a desabrochar e principlamente a sentir amor!
01 junho 2010
O QUE FOI RUIM FOI ÓTIMO! parte 1
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Um comentário:
Me emocionei com esse post. E mais uma vez te admiro pela sua corajosa busca de si mesma, que, entre outros, te faz comunicar com o mundo, e dessa forma encontrar pessoas tão bacanas e interessantes como a Cristina.
Amo vc
beijos
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