27 fevereiro 2009

MORTE

Pessoas queridas passando por dificuldades que envolvem até mesmo as necessidades básicas, muita vida vivendo... E eu de repente comecei a me sentir tão bem e confortada! Na curiosidade de saber a origem desse sentimento parei e percebi que era porque pensei na morte, não em suicídio, mas na morte. Ela me consola, um dia me libertará.

23 fevereiro 2009

AIAIAI!

Que dificuldade levantar hoje! O despertador tocou as oito, coloquei para as nove. As nove lá estava ele vibrando, adiantei para as dez. Ele se movimentou as dez, mas resolvi só levantar as onze e as onze decidi que levantaria na hora que quisesse mesmo. Na verdade não queria levantar hora nenhuma e seria delicioso se os relógios parassem por hoje. Queria ficar na cama, no máximo tendo o trabalho de ligar a TV, esticar o braço para pegar um papel, podendo assoar o nariz quando necessário e esquecer que eu sou eu. Melhor ainda seria se visse luzes coloridas na janela do meu quarto, ela se abriria e lá estaria um disco voador, um clindro de luz verde (gosto do verde, mas poderia também ser amarelo) chegaria até mim e me levantaria até a nave. E assim seria abduzida! Na falta da nave levantei , muitas coisas preicsam ser feitas!

22 fevereiro 2009

CAMINHOS

Na luta contra depressão busquei atividades que me fizessem bem, complementando o tratamento médico. Tive sucesso. Achei na dança do ventre um estímulo para viver um pouco mais, toda uma cultura diferente me encantou. Se fosse obrigada a ter uma religião trasnformaria a dança do ventre em uma e garanto seria ortodoxa.

20 fevereiro 2009

SUICÍDIO PRA QUÊ?

Nunca acreditei que se me matasse a depressão acabaria, sempre tive uma certeza, na qual só posso acreditar aos prantos, que tudo continuaria igual: o mesmo mal estar porém sem ter a distração da matéria ilusória e perene. O mal estar em seu estado puro, potencializado. Então comecei a buscar informações. Inconscientemente estava a fim de achar as que se encaixassem no que eu já sentia e sabia, aquele saber da alma que nada tem de intelectual.

CARTA DE CLARISSE LISPECTOR - EM HOMENAGEM A UMA AMIGA QUE ME INSPIRA MUITO!

... "Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi.

14 fevereiro 2009

PEGO NO PÉ!

Ontem ao pegar literalmente nos pés de minha avó, senti os pés de uma criança. Aliás minha avó tem 80 anos, mas parece uma garotona. Seu espírito é jovem, sempre aprendendo, sempre se transformando, sempre reagindo... Aqueles pés de 80 anos têm história para contar, já pisaram chão nessa Terra. Já foram pezinhos de bebê que parecem bisnaguinhas; já foram pés de adolescente que quer pintar as unhas; já foram pés de jovem, que atraem outros do sexo oposto; já se espremeram de nervoso, já se derreteram de prazer; já viveram muito, 53 anos mais que os meus! E sobreviveram as poças d´água, a lama, ao barro, ao piso escorregadio, a escada atrevida que os fizeram tropeçar... E me ensinaram que o importante é reagir, sempre!

13 fevereiro 2009

ANDE CADEIRANTE!

Minha avó me contou que chorou. As lágrimas se manifestaram ao ouvir de uma amiga a história de seu sobrinho. O garoto: uns doze anos, cadeirante, perninhas finas. Esse menino lida com a a preocupação dos pais que não sabem como será se um dia eles vierem a lhe faltar; lida com a descrença dos médicos que dizem que ele jamais andará; lida com a realidade crua que indica que sua vida será ali sentadinho. Ele diz que um dia vai ficar alto, os pais dizem sutilmente que se ele crescer será difícil carregá-lo, ao que ele responde: "eu não vou ficar nessa cadeira para o resto da vida". Como não? Se a realidade aponta para isto!

BOIADA

A porteira abriu e a boiada está saindo! não sabia que possuía milhões de cabeça de gado! das mais variadas, em geral todas muito ansiosas para se libertarem Assim correm, me atropelam, me esbarram, pisam no meu estômago e macetam a minha a cabeça. Efeito da terapia.

11 fevereiro 2009

RUIM? NEM TANTO!

Não estou me reconhecendo, é tudo novo! Infelizmente terei que tocar em assuntos desagradáveis, já que a depressão não se desenvolveu devido aos momentos bons que vivi no passado, isto é fato! Conversando com minha avó, que com frequência suscita situações ruins do passado, finalmente despertei da minha anestesia de não querer encarar a realidade e perguntei: "existiram momentos felizes dela e da família reunida junto de meu pai?" Ao que ela pensou e respondeu: nunca!

08 fevereiro 2009

A SALVADORA DE MIM

Hoje acordei assim em estado de luto. Agora já não sofro tanto quanto antes, por uma razão, depois que aceitei a doença e comecei a me conhecer fiquei mais paciente. Agora é luto, é aceitação. Antes era raiva, rebelião. Em meio a esse luto comemorado comendo banana com granola murcha, uma cena veio tão nítida em minha mente: uma cena do filme "uma história americana" em que a família reunida para comer é abalada pelo irmão mais velho que agride a irmã: ele a segura e enfia um bife na boca dela.

REVOLTA!!!

Estou revoltada! Gente sofro de depressão a mais de quinze anos, me esfalfo para tentar melhorar e me tratar, a fim de evitar um possível suicídio, vivo administrando um sofrimento interno dos diabos e não saio por aí descontando a minha desgraça nos outros! Mesmo quando bate a vontade de xingar aos berros histericamente aqueles barbeiros que se acham super pilotos no trânsito, geralmente fecho os vidros e grito eu comigo mesma porque ninguém tem nada a ver com a minha loucura e irritação!

RELIGIÃO

minha religião: auto-conhecimento
 meu templo: a natureza e consequentemente eu
Deus: essa energia divina criadora é onipresente, assim uma das suas moradas é no meu coração
Dentre muitas coisas que minha religião me ensina, as principais: me lapidar e ser bom.

05 fevereiro 2009

SYLVIA PLATH

Uma escritora que simplesmente a-mo chamada Vera, havia me falado de Sylvia Plath. Fiquei com esse nome na cabeça e passado uns meses vi que havia um filme sobre a tal Sylvia. Assisti por caso ontem na TV. Ela foi uma escritora americana. Não conheço seus escritos ainda, mas pelo filme soube que durante sua vida ela tentou suicídio algumas vezes sem sucesso e finalmente conseguiu, deixando filhos pequenos.

04 fevereiro 2009

Após asissitir alguns filmes, sinto a alma expandir, colorida! Uma sensação de ser, de pertencer. Passado um tempo essa sensação desaparece. Acredito que o ego volte a dominar e caio novamente no regular, no lugar comum branco e preto. Mas sabendo que sou mais que ego, me esforço diariamente para aprender a dominá-lo, pois não há maior satisfação do que se tansformar em arco-íris.

ASSASSINA

Assassina... substantivo forte! É... A depressão poderia ter me levado a me assassinar! Este ano de 2009 faz dez anos que tentei o suicídio pela primeira vez. Acho que meu corpo se recorda também, ele se arrepia quando penso nisso. Minha alma também. De todo modo a depressão foi uma assassina, ao menos da minha ignorância de mim. Se não fosse pelo mal estar jamais teria buscado tanto conhecimento a respeito da vida, da existência; jamais teria ido tão fundo em mim;jamais teria colocado tanto empenho em me transformar. Se não fosse pela depressão talvez já tivesse morrido, pela imprudência da superficialidade.

02 fevereiro 2009

BIOENERGÉTICA

Quando iniciei o curso de interpretação para cinema, no qual tive contato com a bioenergética e consequentemente com os meus traumas que com tanto esforço havia trancado a dezessete chaves, iniciei também a auto-análise, já que não queria fazer terapia. Depois de cada aula escrevia tudo o que tinha se passado comigo, o que cada exercício me despertava, as mudanças bruscas de sensações, as lembranças esquecidas, meus impulsos e era anotando tudo com sinceridade, sem piedade de mim que relia mais tarde para me analisar, como se aqueles escritos nem fossem meus.