Aproveitando que minha querida Carina (do blog conversas com o travesseiro) tem falado sobre não se cobrar, lembrei que durante ANOS achava que era fraca, preguiçosa, muito culpada por me sentir mal, etc,etc,etc. Veredito: culpada! E tal culpa era em muito incentivada pelas pessoas a minha volta que diziam que eu que tinha tudo e nenhum motivo para ficar mal nem o termo "doente" usavam.
Com o tempo o termo "doente" foi adotado, afinal havia sido diagnosticada por mais de um psiquiatra com depressão. A partir daí o que ouvia era: nossa mas você não tem motivos para ter desenvolvido depressão! Hoje em dia faria assim: Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!
Poxa vida as pessoas mal sabem da vida delas e vem se dar uma de que sabem da vida alheia! Não sabem nada, principalmente quando fazem questão de anular o outro.
Enfim, durante estes anos em que adotei o esporte radical chamado auto-conhecimento, muitos fatos vieram a minha mente, um deles quero deixar registrado aqui!
Tinha uns 12 anos e havia passado as férias de verão na casa de praia de meus tios em Peruíbe. Um dia enchi a cara (era comum tal comportamento) e dei uma topada com meu pé em algum lugar, não me lembro o que aconteceu, só sei que de volta para minha cidadezinha, após algumas semanas, meu dedinho do pé estava roxo, parecia de defunto e eu mal conseguia mexê-lo.
Papis era ortopedista e embora eu pedisse ele se recusava em examinar meu dedo, pois dizia que estava muito ocupado (tinha tempo para as mil amantes mas para os filhos não!). Minha irmã mais velha ouviu eu pedindo para ele ver meu dedo pois doía muito e ele grossonildamente recusou, ela ficou muito brava e entrou na sala, mas nesse momento o telefone tocava e ele atendeu. Minha irmã pegou na extensão e, por ironia do destino, era a amante dele dizendo que ele fosse correndo para o hospital pois o filhinho dela havia quebrado o braço e como era pelo SUS ela teria que ficar esperando muito. Ele desligou o telefone e imediatamente o super médico se trocou. Minha irmã estava enlouquecida e saiu atrás dele aos berros dizendo como ele ignorava a própria filha e corria para ver o filho alheio! E foi assim até a calçada: ela berrando e ele berrando de volta, mil palavrões entre eles ele dizia: "eu estou cagando mesmo para vocês!" e eu e meu dedinho estilo cadáver ouviamos tudo do meu quarto.
Oh, que belo ambiente para crianças crescerem de modo saudável! Sem motivos para depressão...
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3 comentários:
Você sabe que até de mim mesma eu ouvi que eu não tinha motivos para depressão? Há... Veredicto: culpada!! Pois é, só com esse esporte radical q eu tbém pratico (auto-conhecimento, adorei!) é que eu fui achando os tais motivos. O pior é que eu sempre tive dó, me preocupei com os outros. Fui ficando pra trás até por mim mesma. Por isso tenho batido tanto na tecla de não me sentir culpada, não me cobrar. Cansei de carregar peso que não é meu!
Aliás, estou adorando esse entrosamento entre blogs! É engraçado, mas ao mesmo tempo é sério. Um assunto puxa o outro, a lembrança de uma puxa a de outra e assim vai. Por exemplo, nunca tinha falado publicamente aquela história do meu irmão. É a tal da Blogterapia... rs
Bjão
Esse OpenID tá louco! A msg de cima é minha, Carina. Bjs
hahahaha
percebi boneca!
eu to amando a inteção dos blogs pois graças a isto que desencanei de vez e psso tocar nos assuntos de outrora e me sentir bem a respeito!
bjokas
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