22 julho 2008

DISSE QUE FICA!

Ela ficou! Tomou um remédio conseguiu dormir, se reorganizou juntou forças e graças a Deus ainda está aqui. Extamente como eu. Quantas vezes decidi secamente assassinar este corpo que me obriga a viver aqui, mas diante de seres amados minha decisão se torna digna de reconsideração. Todo clichê é cansativo, mas realmente só entende o que um depressivo sente quem já passou por uma depressão.
E este clichê talvez seja cansativo apenas para nós, sofredores de depressão, porque para a maioria das pessoas "saudáveis" é uma frase nova. Para mim a depressão está relativamente associada ao suicídio e confirmo que os "saudáveis" tratam deste tópico como se fosse algo "cruz-credo" ou fingem ser algo distante, folclórico como o saci-pererê. E se caso alguém se deparar com o negrinho de calção vermelho que pula numa perna só tal acontecimento será explorado de modo sensacionalista. O porquê acredito ser a insistência da nossa raça humana em ignorar a morte, encarando a vida como algo superficial e colocando o fim dela como algo anti-natural. A morte nos traz para a vida, suscitando questões sobre como a estamos vivendo, o que estamos fazendo com esta oportunidade, a individualidade e originalidade de cada ser humano, embora somos bilhões nesse planeta cada qual é diferente, tem sua própria história. E todos acabaremos do mesmo jeito: morrendo! Está aí outro clichê que é encarado como uma novidade assustadora. Diante desta sociedade somente os suicidas são estranhos?

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