O mal invisível, materia da revsita galileu, parte 5
Por Camila Artoni,
"Há muito pouco o que se fazer para evitar, porém, se a pessoa nunca teve depressão antes. Mas o diagnóstico precoce pode ser valioso para minimizar os prejuízos causados pelo distúrbio. Nesse caso, vale o olho aberto para as dores persistentes e aparentemente sem causa. Qualquer condição crônica serve de alarme. "Em 69% dos casos, os pacientes deprimidos têm sintomas inexplicáveis como principal queixa", diz Helena Calil. "Quase um terço chega a ter problemas psicossomáticos por mais de cinco anos antes de serem diagnosticados."
"As ferramentas contra o quadro, hoje, já são bastante eficazes. Os antidepressivos modernos trazem efeitos colaterais mínimos e tempo mais curto para início de ação. Mas o ideal, defende a classe médica, é a combinação de tratamentos.
Remédio nosso de cada dia
A ampliação do campo de ação dos remédios aumentou sensivelmente o acesso de pacientes com transtornos mentais a tratamentos eficazes. Mas acabou gerando um efeito não tão bem-vindo - a "mania de remédio", que deixou de ser restrita a analgésicos e suplementos alimentares.
O nível de consumo dessas drogas está em níveis alarmantes. Um relatório do órgão oficial britânico para o meio ambiente revelou que há traços de Prozac na água do Reino Unido. O número de pessoas ingerindo o medicamento deve estar tão alto, argumenta a agência, que seus traços aparecem em exames de potabilidade. Eles sugerem, até, a possibilidade de uma medicação em massa feita com o remédio no país.
Ainda não se conhece com total garantia o efeitos de psicofármacos (como antidepressivos e ansiolíticos) sobre o humor de pessoas que não precisam deles. Pesquisas recentes, porém, apontam que não são inócuos.
Cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco, EUA, demonstraram que o grau de tranqüilidade ou irritação de uma pessoa, um traço tido como critério básico da identidade, pode ser influenciado por antidepressivos. Segundo a equipe, traços antes estáveis da personalidade podem sofrer alterações - o estudo mostrou que pessoas saudáveis sob efeito dessas drogas ficam menos hostis e mais cooperativas. Outros benefícios inesperados também foram apontados por médicos do Hospital Universidade Aarhus, na Dinamarca. O uso de antidepressivos, afirmam, pode ajudar a reduzir ataques cardíacos. Na área psiquiátrica, o remédio parece levar as pessoas a um estado geral melhor do que a média. Mas nada disso é sinônimo de sinal verde, alertam os médicos. É importante lembrar que outros campos de ação dos remédios, sobre o desempenho psicomotor e a memória, por exemplo, ainda não foram investigados.
Vale tudo
A psicoterapia pode ser extremamente eficaz no controle dos gatilhos de pensamento depressivo, por exemplo. Mas, na luta contra o transtorno, quanto mais armas, melhor. Uma pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos divulgou, em janeiro deste ano, que pacientes adultos com depressão viram os sintomas da doença reduzidos em quase 50% depois de submetidos a uma rotina de exercícios aeróbicos. Por isso, tratamentos alternativos, como espiritualidade e esportes, podem, sim, ajudar. Vale qualquer coisa que ajude a ter uma vida mais saudável, tranqüila e feliz."
08 abril 2010
CONTRA O PRECONCEITO: ESCLARECIMENTO!
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