23 fevereiro 2010

PALCO HOSTIL

 Tinha uns cinco anos e estava na sala me divertindo comigo mesma dançando ballet. Fazia piruetas, e alguns movimentos cujos nomes não posso reproduzir, caso contrario assassinaria a bela língua francesa, mas talvez minha irmã francesinha possa me ajudar depois.

  Enfim estava tão leve e alegre, minha mãe sentada em um sofá tranquila me observava e se divertia, meu papis dormia no sofá ao lado esparramadão, sua pancita para cima.
   Criança pequena é atrapalhada por natureza, o meu seriado favorito "Chaves" bem soube reproduzi-las. Imagine uma criaturinha dessas fazendo piruetas, óbvio que coisa certa não sairia dali. Me desequilibrei e caí em cima da pança de meu pai, me apoiando nela. Lógico que o homem se assustou e acordou nervoso, muito nervoso.
  O que o fez me xingar, fiquei sem graça e nervosa, minha mãe tentava acalmá-lo, fazendo-o perceber que apesar dele ter sido esmagado na barrigona foi porque a filhinha dele estava apenas dançando, brincando, sendo criança.
    Desde então ficou muito claro que vivia em um ambiente um pouco hostil, depois de uns anos descobri que pouco era o que eu desejaria, pois a realidade estava cheia de excessos.

Um comentário:

MARCIO VIANA disse...

Estou montando um blog para falar do mesmo assunto que você. só que meu objetivo(talvéz)nao seja o mesmo.Fiz tratamento contra depressão durante 10 anos, depois da morte da minha mãe.tentei suicídio 4 vezes, usei todos os medicamento póssíveis e imagináveis,fui tido como "tempo perdido" por quase todos. mas hoje quero dar destaque maior ao fato d'eu ter conseguido superar toda essa turbulência e sentir que apesar de tudo a unica coisa que deixamos nesse mundo é a lembrança da vida que vivemos. Um forte abraço. Ah, meus comentários nunca terão apelo religioso.minha religião também é bipolar: Deus e eu.