A vida toda era claro que carregava muitos traumas graças ao meu pai, já que ele era uma pessoa bem desequilibrada que transformava o ambiente de casa em um inferno... e eu já ia apagar este post... Tenho ensaiado muito para escrever sobre as fontes da minha depressão... Mas vamos lá eu preciso fazer isso por mim, não sei porque, mas sei que preciso.
Enfim, meu pai era uma pessoa que alimentava bastante seu lado negro, ele sofria de compulsão sexual, de falta de delicadeza, de egoísmo agudo, de não vocação para ser marido, quem dirá pai! Ele deveria ter ficado sozinho, mas casou e desse casamento que durou 25 anos, teve cinco filhos. "Pior do que não ter pai é ter tido o pai que tive", tal frase poderia ter sido de minha autoria mas a ouvi por volta de uns 12 anos, quando ainda assistia novelas, quando era "aspirante a noveleira", que ficava na categoria "aspirante" porque era interrompida pela presença paterna desagradável que me causava, além de repulsa, medo. Ele chegava e dominava a sala, na verdade a casa toda. Era espaçoso, não respeitava ninguem e descontava suas frustrações e jogava seu lixo em cima dos filhos, nos destratava com sua grosseria e seu sarcasmo afiado, as vezes nos batia, não com palmadinhas ou tabefes e croques, batia mesmo! Tinha em uma das minha irmãs seu saco de pancadas preferido. Uma vez, aos 11 anos, levei uma série de tabefes na cara porque ele se descontrolou e só parou quado eu estava parecendo o Fofão. Voltarei nesse episódio em outro post. Bom, além disso ele também sofria de flatulência! Sim soltava puns fedidérrimos que ele fazia questão de despejar em cima de nós pobres filhos. Não sei como alguém tão gasoso, com arrotos e peidos tão fedidos tinha tanta amante! Havia época que ele tinha umas 4, que eu contei, pois elas ligavam para casa e exigiam que minha mãe botasse ordem no galinheiro: elas podiam ser amantes, mas serem traídas com outra amante nem pensar! E então ligavam dia e noite azucrinando a "paz" do "lar". Isto quando elas não resolviam escrever cartas anônimas. O ser humano é uma pândega mesmo! Até que estou me divertindo relebrando certos causos. Uma das cartas me lembro muito bem, pois senti muita vergonha alheia e também vergonha pelo meu ser pré-adolescente. A tal amante traída dizia que ele era feio como um dinossauro e que era conhecido como vinagrete que "temperava para os outros comerem", a intenção da coitada era fazer com que minha mãe, a titular, tomasse providências. Em vão. Assim era a dinâmica familiar: cidade de interior, pais com profissões que na época eram respeitadas, eles eram conhecidos na sociedade que achavam que vivíamos em paz. Nossa casa se encaixava no dito popular: "por fora bela viola, por dentro pão bolorento". O problema é que os habitantes desse bolor foram condicionados a não enxergarem o que realmente se passava, a negarem. Era preciso varrer o bolor pra debaixo do tapete, já que o certo segundo a distorção que o ser humano fez da filosofia espirita, era dar valor ao que se tinha, olhar o lado bom e aceitar a missão na Terra, porque vai que na vida passada eu fui Hitler e papai um pobre judeu torturado pela minha pessoa? Ou eu posso ter sido a rainha Antonieta e papai um pobre servo revoltado com a fome de seu povo que me ouviu dizer: "se não tem pão que comam brioches". E é óbvio que a maioria das pessoas que se lembra de vidas passadas diz que foi alguém de impacto. Durante anos nunca ousei olhar para a realidade da minha história e foi graças a isso que a depressão foi cada vez mais se achegando... Graças a anulação que sofri desde muito, muito cedo, a doença se instalou e hoje já adulta me viro para melhorar e tenho esperança, mas ainda preciso revisitar esse passado para então deixá-lo para trás de vez. Fase nova começando!
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3 comentários:
Que bom que voce não se tornou seu pai.
Boa sorte na nova fase, e força.
obrigada!!!
mas graças aos pais demorei para me tornar eu mesma.
Agora ninguem me segura! hihihihih
Estou amando sua coragem em colocar tudo isso aqui!! Quando crescer quero ser que nem você!! hahaha Quando conheci seu blog, o li todinho, de cabo a rabo!! E como fico feliz de ver (ou ler) uma Alyson muuuuito melhor que a do começo!!
É isso aí: vomita tudo mesmo porque faz bem, e eu acredito que faz bem para TODOS os envolvidos, mesmo que demoremos para ver os resultados!!
Bjão
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