Minha primeira vez foi com onze anos e na escola! Estava lá no recreio e mesmo com os Doritos da cantina me paquerando não tive vontade, como de costume, de ir até lá e comer um pacote acompanhado de refrigerante. Não, naquele dia não sentia vontade de nada e de não sentir ela chegou de sopetão: uma crise de choro incontrolável.
Chorei de não conseguir falar e fui parar na sala da diretora aos prantos conduzida por uma bedel. A diretora me distraiu, lembro-me de ter pintado minhas unhas com caneta esferográfica azul e as lágrimas, talvez assustadas diante de péssima manicure, cessaram. Voltei para a sala de aula como se nada tivesse acontecido e o filho da diretora disse: "sabia que ela melhorava com minha mãe, ela é meio psicóloga!". Sentei e acompanhei o resto das aulas, sem dar importância para o episódio do chororô. Em vão tentar ignorar aquela crise de choro descontrolada porque uma amiguinha e mais uns coleguinhas me lembravam dela de cinco em cinco segundos: queriam saber o motivo do choro. Eu mesma não sabia, mas diante de tantos curiosos me senti na obrigação de descobrir: "meu jovem primo havia sofrido acidente de carro e ficado tetraplégico". Uma história verídica, porém com mais de um ano de validade. E assim resolvi: havia ficado triste, angústia nem sabia o que era, devido a uma tragédia familiar de dois anos atrás. Esta foi minha primeira vez de crise depressiva, aos onze aninhos de idade, outra viria logo em seguida...
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