Durante a maior parte da minha VIDA tive que viver como se estivesse calçando sapatos quatro números menores do que o tamanho real de meus pés, que amassarocados ainda eram obrigados a fazer uma peregrinação morro acima, enquanto BOPE e traficantes trocavam tiros e granadas. De todos esses 20 anos que a depressão agressiva me acompanha, os momentos em que pude trocar os calçados sufocantes por um par de confortáveis pantufas estofadas foram poucos, talvez uns 3 anos apenas.
Bem- Estar para mim é: me sentir bem na minha própria pele, me cuidando com carinho e respeito, tendo disposição para trabalhar, estudar, descansar, me relacionar (até mesmo com os animais e plantas!) amar, rir, enfim viver! Sem aquele peso, aquele excesso de crítica, aquela negatividade, que talvez os normalóides estressados sintam um pouco, e a depressão me fez sentir em demasia!
Somente quem passa por isto sabe o que é esse mal estar...
Este ano de 2010 melhorei bastante, para tanto empreguei muito, mas muito esforço mesmo. As vezes nem sei como consegui chegar até os 29 anos e ter feito tantas coisas e estar finalmente arrancando as raízes da depressão. Deve ser a tal da resiliência, da qual já falei em um post.
O fato é que muitas vezes pensei em desistir e hoje nesse dia de sábado depois de uma prática de Yoga, senti como melhorei e como as pantufas são gostosas! Então relembrei de um momento em que quase sabotei meu tratamento, trocando os sapatos 4 números menores por um que fosse apenas dois números menores, pois acreditava que jamais conseguiria enfiar meus pés em uma pantufa novamente.
Bom, lá por setembro de 2009 estava há um ano e pouco tomando os florais, tive uma melhora mas ainda nao me sentia bem. Pensei em voltar a buscar ajuda na alopatia e contei para a médica, que também é a minha terapeuta dos florais, sobre meus planos. Esta médica inclusive já sofreu de depressão e sindrome do panico, o que a levou a estudar os florais, pois mesmo diante de seu ceticismo foi o que a ajudou a melhorar. Assim, ela assumiu o risco e me pediu que esperasse pelo menos mais uns tres meses. Resolvi esperar, no entanto sentia que ainda faltava um elemento para catalisar a minha melhora. Foi quando conheci uma massagista excelente e fui descobrindo ao longo das sessões que na verdade ela era uma exímia terapeuta corporal. Pronto, desisti da idéia de largar os florais, e resolvi largar minha inquietude e impaciencia pois estava finalmente com os tratamentos que se adequavam para mim:
florais brasileiros, parapsicólogo e terapeuta corporal. Às vezes
constelação familiar e o jogo da vida
Maha Lilah, bem como a
meditação que passou a ser uma necessidade diária. Tudo aliado a prática de
Yoga e
caminhadas algumas vezes por semana.
Adquirir tais hábitos foi uma conquista, precisei recomeçar várias vezes! Pois voltar ao
modo operandis antigo é muito fácil! E a depressão, muitas vezes o entorno também, me murchavam tanto e eu estava tão acostumada a viver mal, a viver no mínimo, que achava que se pudesse me livrar um pouquinho só do mal estar para poder cumprir minha função de normalóide já estaria bom.
Porém meus tratamentos vem agindo na consciência, a qual vem despertando a cada dia e há muitos recursos à disposição para acordar a consciência! Inclusive gratuitos! O X da questão foi não desistir de me conhecer!