20 setembro 2008

MÉDIUM


Durante minhas crises agudas fui até uma cidadezinha, São Pedro, visitar uma médium, precisava de uma luz para saber o que fazer comigo. Ela era uma lavadeira, simples, daquela simplicidade que enche o coração de paz e que me fez (e faz) sentir: meu Deus como tenho que evoluir para chegar a esse estado íntimo de serenidade!
Bom, naquele dia ela me olhou com seus olhos super verdes que constratavam com sua pele morena de sol e disse emocionada: "um amor muito bonito está a caminho, um amor muito raro entre os homens na Terra, um amor de anulação, de uma força..." Estranhamente me emocionei, mas ao sair de lá, ainda sem saber o que fazer comigo, achei aquilo tudo uma fantasia sem graça, somente eu sabia da minha desgraça interna. A última preocupação que tinha era amorosa, ao contrário nunca fui muito fã de relacionamento. Passado alguns meses estava namorando. A depressiva suicida estava em um relacionamento sólido. Era meu último ano de faculdade, aos dezenove anos estava sendo puxada do fundo do poço por um garoto de dezoito. Ele era extremamente carinhoso, compreensivo e paciente, características essencias para candidatos a namorar pessoas que sofrem de depressão. O meu namorado tinha qualidades humanas que até desconhecia, de tão pouco contato com as sumidas. Não me lembro de detalhes dos primeiros anos de namoro, sei que se não fosse aquele menino, aquele amor, não estaria viva hoje. A vida realmente é um mistério, acontecimentos inesperados e surpreendentes nos capturam assim de repente....

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