26 agosto 2008

SUICÍDIO UM

Era oficial estava muito doente. Aos dezoito anos, caloura de uma boa faculdade (que não me interessava), família bela, amigos leais, situação financeira tranquila e saúde decadente. Para a dona depressão não interessa se você é macho ou fêmea, rico ou pobre (de espírito ou de bens), jovem ou velho, bom, ruim, enfim basta ser humano para ficar doente.
Ela me envolveu tanto que fiquei completamente fora do ar, minha família muito preocupada, marinheiros de primeira viagem não faziam ideía de como lidar com um depressivo, coitados! Em meio a este tumulto minha mãe me visitava, eu só chorava e não falava mais coisa com coisa, estava distante. Minha avó também foi me visitar, ficou uma semana comigo, é o que me contam. Ela disse que me levou para comprar uns móveis e que estava completamente alheia, não ria, não esboçava reação alguma. Estava doente! Mas encarar uma doença é muito doloroso, o "melhor" é mascarar que é somente uma fase difícil. Tal fase difícil me levou a tentar suicídio. Ao contrário do que a psicologia barata diz, não tive intenção alguma de chamar atenção de quem quer que fosse, o que fiz foi secretamente e durante muito tempo tive vergonha de falar no assunto. Me perco no tempo e não sei exatamente quando foi a primeira tentativa, mas sei que tinha dezoito anos. Não aguentava mais aquele mal estar, era como se aquilo nunca fosse passar e decidi que se fosse para viver me arrastando tristemente angustiada não queria mais. Não tinha vida, estava doente de uma doença que me segregava do restante do mundo, incompreendida, me sentindo um peso, que nem para segurar papel servia. Me sentia inútil, sem esperança. Neste dia do suicídio estava sol. Subi para a piscina e uma amiga muito querida apareceu. Tomamos muita cerveja, aparentemente eu parecia estar bem, por dentro só pensava em morrer. Quando minha amiga se despediu entrei na república vazia e procurei pelos diversos remédios tarja preta que tinha guardado, eram a consequência dos tratamentos pelos quais passei. Superdosagem poderia causar morte, já sabia deste fato afinal pensava em morte a todo momento, mas tinha medo de me matar e ir parar no vale dos suicidas. Com tantos anos subvivendo com a inimiga depressão, com certeza o tal vale seria bem mais ameno. Tomei muitos comprimidos, sentei na sala e esperei. Senti ânsia. Segurava para não vomitar porque senão a tentativa seria em vão. Não consegui, o vômito saiu incontrolavelmente, corri para o banheiro, vomitei muita cerveja. Adormeci no azulejo. Quando acordei não entendia nada, pensei que aquele banheiro fosse o vale dos suicidas, achava que tinnha morrido. Não sentia meu corpo, mas lembrava que tinha cabeça, ela doía demais! Quando finalmente a ficha caiu: o banheiro estava todo vomitado de cerveja salpicado com comprimidos, vários pelo chão. "Burralda!" pensei comigo, tão monga me senti, nem me matar havia conseguido. De raiva de mim saí ajoelhada no vômito contando os comprimidos. Eram muitos... O que aconteceu depois simplesmente não sei, mas sei que esta energia criadora chamada Deus com certeza enfiou uma mão na minha goela. Há momento para tudo inclusive, para morrer!

4 comentários:

Anônimo disse...

Não acredito em Deus, me dá tédio que me falem nele. Há pelo menos 6 meses que posso dizer que penso em me matar todos os dias. Ou penso sobre me matar. Tenho 23 anos. Sempre fui aluno médio, passei longe de reprovações, de repente, a 4 matérias do final da faculdade saí reprovando a tudo, minha concentração é ínfima e me deixa irritado, qualquer mínimo fator me deixa fraco e atrapalha meu estudo. Perdi bolsa de estudo. Tenho um pai autoritário, paranóico e controlador que me seguia na adolescência, fazia ameaças baseado em nada, simplesmente porque eu estava mais calado quando na verdade eu quase não falava sempre, ele que só dava para reparar em dias especiais. Perseguia por causa das drogas sem razão alguma, todo pai persegue, mas para um pai meio doente da cabeça como o meu as coisas adquirem proporções insuportáveis. Me humilhou sem razão na frente dos meus amigos simplesmente porque não gostava deles – usavam roupas muito largas, escutavam muito Eminem e, desconfio mas não posso provar, que o facto de dois deles serem negros e bem mais altos que todos os outros o deixava mais alerta ainda, sempre me perguntava “quem são aqueles negros?”, quando eu já tinha respondido várias outras vezes.
Sempre fui tímido mas durante muito tempo isso nunca foi um problema sério. A partir dos 15, 16 anos comececei a me fechar em copas, não acompanhava os meus amigos em festas porque pedir ao meu pai permissão era um processo assombroso e que nem sempre terminava com a permissão concedida e que, fosse a resposta final qual fosse, sempre me fazia sentir humilhado e depois nem conseguia aproveitar. Fui ficando para trás. Quando entrei na faculdade me tornei num verdadei anti-social. Não participei nas grandes festas, quando ia me comportava como um ser apático, não aconseguia aderir à festa, me sentia melancólico e triste nesses ambientes, sem uma razão objetiva.
Não sei ao certo quando comecei a pensar em suicídio. Há pelo menos 2 anos que esses pensamentos aumentaram muito. As coisas simplesmente pioraram. Na faculdade tenho duas matérias para fazer que exigem uma grande comunicação oral com provas, etc, e eu entro em pânico só de rondar as salas onde tenho essas aulas. Tenho os tais problemas de concentração e me sinto muito perdido, descontrolado, sei lá. Para tentar aliviar minha tristeza, angústia, passei a correr e nadar. Dizem que ajuda. Natação tive que parar por falta de grana. Comecei correndo 20 minutos por dia, depois 30, hoje corro uma hora quando dá, meia quando tenho menos tempo. É bom sim, enquanto corro, depois tudo volta ao normal. Há uns meses estava correndo e não estava querendo voltar pra casa, ir pra faculdade, continuei correndo, correndo, até cair feio. Tava correndo há bem mais de uma hora, já nem sabia quanto tempo ao certo, parecia que já nem sentia as minhas pernas, aí de repente acho que deu caimbra, o músculo da minha coxa parecia que tinha vida própria e se mexia, muito doloroso, aí cai do caminho onde corro e rebolei pela descida de lado. Fiquei todo arranhado, fiz torção no pulso, a minha cara ficou arranhada, os joelhos, cotovelos, minha barriga, ombros e costas ficaram com arranhões e machucados. Tive de parar de correr durante uns tempos, foi uma droga. Mas de lá pra cá não deixo de lembrar com um certo gosto a queda, tirando a aprte da torção do pulso que me deu problemas. Sei que isso é meio doente, mas agora não paro de me imaginar me atirando de lugares altos e me quebrando no chão, um camião me atropelando, eu levando uma surra de um grupo de pessoas, me atirando do último andar do shopping e me quabrando todo lá embaixo. Às vezes gosto de pensar que me rebento todo.

Anônimo disse...

Penso em me matar várias vezes, nos últimos tempos não passa um dia que não pense um pouco nisso.
Como eu estou quase me formando há dois anos mas nunca amis me formo de vez, não completo esse finalzinho de jeito algum, meu pai me colocou para trabalhar com ele no restaurante dele. Semana que vem começo. Meu pai é uma pessoa insuportável, para todos os filhos dele, para a mulher dele também, minha mãe salvo raras excepções, uma mulher submissa. Nunca tive uma ponta de empatia por ele, nem na minha mais profunda infância onde eu já assistia a atitude descontrolada dele com meus irmãos mais velhos. Sei como é o restaurante dele. Sei como são os amigos bêbados e retardados dele, sei como vai ser trabalhar lá, sei que não vou aguentar. E sinto que não tenho saída. Tenho dificuldade em me impôr em relação a ele. Fico travado.
Já li sobre vários jeitos de me suicidar. É incrível como não tem nenhum perfeito, tipo um botão pra carregar. Mas enfim, se não fosse assim as pessoas se matavam o tempo todo. Já arrumei um jeito que me parece bastante eficaz. Isso caso as coisas contiuem como estão ou piorem. E, claro, se eu tiver coragem para me matar. Pelo menos para isso eu tenho de ter coragem, pelo menos para isso eu tenho de ser gente e não um coitado. Não aguento essa rotina de frustrações, incapacidades, descontroles, submissão, e não suporto essa tristeza que por vezes chega não sei nem por que razão, e que me deixa vendo o mundo inteiro e todas as pessoas como se tudo fosse triste, cinzento, desagradável e angustiante.

R.A.

Ana Maria Saad disse...

queridos,
pra quem ja tentou se matar 2 vezes e planejou outras dezenas, eu digo pra vcs:
vao procurar ajuda medica, terapeutica, psicologica urgente!!!
deem uma olhada nesse link:http://www.pensamentosfilmados.com.br/br/servicos-que-podem-te-ajudar/
eu tive ma depressão horrivel tb graças ao ambiente familiar em q vivi, por isso terapai é importante pra vcs entrarem em contato com isso tdo!
c cuidem!

Anônimo disse...

ola sou uma mulher de 43 anos...uma profissional boa...sinto que sou maravilhosa...mas gostaria e me sentir amada..desejada...e admirada...meu companheiro fala de amigas dele...eu gostria que ele me admirasse do jeito que ele admira outras mulheres...penso em suicidio...constntemente...s vezes fico imaginando como seria o mundo sem mim...acho que seria muito melhor...estou com pblemas em meu serviço..faz 27 dias que estou de licença...nao consigome sentir melhor...meu medico e maavilhoso.acho que minha religiao me ajuda..mas no esta sendo suficiente,gostaria de ter uma casa arrumada...limpa ...orgnizada..ssome faz mau,discuto direto,,nao sei como fazer pra minha familia e entender,acho que desaparecend vai ser melhor