06 junho 2010

CONSTELAÇÃO FAMILIAR

Minha irmã que é psicóloga e mora na França (parece tão chique, né!), me falou sobre  ter visto um programa sobre uma linha da psicologia que já me esqueci o nome, mas é algo relacionado a nossa árvore genealógica. Ela me contou de um caso no qual uma paciente sentia uma sensação absurda de abandono sem motivo e acabou por descobrir, através de tal tratamento psicológico, que o abandono vinha na verdade de um parente seu que fora de fato abandonado, e tal sensação estava ressoando nela, mas não era dela! ( era da avó (ô) ou bisavó (ô) da paciente. não lembro! ajuda irmã!).
Bom, minha irmã assistindo ao programa se lembrou da técnica terapêutica que eu havia falado para ela: a Constelação Sistêmica Familiar. Gente fiz duas vezes e a-mei! A primeira foi em grupo, eles chamam de workshop, workshop é uma palavra bem legal de ser usada, né! Está em alta! Enfim, fui nesse workshop, já havia ido outras vezes apenas como participante, nunca tinha constelado. Mas deixe eu explicar direito! Porque a primeira vez que ouvi falar, achei que tinha a ver com reunião mediúnica, porque me falaram que pessoas que não te conheciam acabavam por falar coisas da sua família, enfim, fizeram uma salada mista que pensei que era algo relacionado com espíritos. E não é.
A constelação é um método criado há anos por um alemão chamado Bert Hellinger. É feito em grupo e pode ser feita individual também, eu fiz os dois tipos com o Wilson Tomao (quem quiser participar ou constelar fale com a Edna: (11) 8127 2356). Gostei demais!
Há uns três meses atrás eu fui para constelar, ou seja, cheguei na casa aonde acontecem os workshops de domingo, das 9 as 14 horas, tinha mais umas 8 pessoas lá. Fomos para uma sala, sentamos em círculo,  o Wilson, que é a pessoa que conduz o trabalho, explicou o que é a constelação (clique aqui para mais explicações) e como eu seria a primeira a constelar, porque os outros dois que também constelariam naquele dia preferiram ir depois, ele me perguntou qual era o assunto que me levava até lá. E eu disse que era a doença depressão. Expliquei que na minha família a dita cuja era comum. Então o Wilson me disse que escolhesse uma pessoa do grupo para representar a mim e uma para representar a depressão. Escolhi e posicionei as duas em pé no meio do círculo. O Wilson então me fez algumas perguntas sobre minha família e pegou mais uma pessoa para representar minha bisavó e uma para representar meu bisavô e as posicionou também no meio do círculo, lado a lado, atrás da minha representante. De início fiquei confusa se eram meus bisavós paternos ou maternos, mas diante das respostas dadas as perguntas que Wilson fez para as pessoas que os estavam representando ficou claro que eram meus bisavós maternos. A partir de perguntas e das respostas dos representantes o Wilson pegou mais uma pessoa do grupo para representar o pai da minha bisavó, e tal representante parecia fazer o papel de uma pessoa bonachona, e eu vim a saber depois que esta era uma qualidade de meu trisavô e a relação que ele teve com a filha, minha bisavó, foi exatamente como foi representada na constelação, por pessoas que jamais tinham ouvido falar da existência deles.
Enfim, conforme o Wilson conduzia, através de perguntas para as pessoas que estavam representando minha família e a depressão, chegou-se a uma formação na qual ficou a depressão no meio de uma pessoa que representava as mulheres da minha família e a que representava a minha bisavó, o pai dela atrás dela, meu bisavô do lado dela, que nem teve muita participação e eu sozinha na frente de costas para eles. E a conclusão foi: eu tenho minha bagagem, ela eu carrego, o que é meu eu cuido, mas o que não é eu devolvo. E o entendimento de que naquela época não se tinha idéia de que tal mal estar era uma doença. Notei que depois da constelação houve uma movimentação na família e na minha vida, algo foi mexido. Deixei de ser o bode expiatório.
A constelação é muito bonita, pois humaniza as pessoas, sentimos a carga que trazemos de nossos antepassados, nos livramos dela, e compreendemos o lado deles também. E algo acontece...

Um comentário:

Lu disse...

Oi irmã!
O programa falava sobre a psicogenealogia, que é a irmã da analise transgeracional, ou analise das transmissões psiquicas entre gerações, e elas são primas da constelação familiar; elas todas têm laços de origem na terapia sistêmica familiar e um pouco de psicodrama. A psicogenealogia atraves da construção do genograma com o paciente, vai buscar nos antecedentes familiares as relações entre seus membros, seus psiquismos com seus traumas, doenças, crenças, etc, e assim é possivel idenficar repetições e perturbações que foram transmitidas nas construções psiquicas das gerações seguintes, mas que não pertecem ao paciente.
E muito interessante, né?!
Adorei o post!
Fique bem amore!
beijões