31 outubro 2008

IPLA

A dez anos atrás minha irmã cursava psicologia, adorava ler sobre o assunto, mas ficava assustada com as doenças mentais, achava que eu estava seriamente comprometida, já que me identificava com muitas delas. Na verdade até hoje às vezes pergunto para o meu terapeuta se ele tem certeza que não sou esquizofrênica ou bipolar ou psicótica, enfim pinel. Ele diz que não, ufa! O diagnóstico é depressão mesmo.
Movida pela curiosidade de saber o que se passa no meio acadêmico de psiquiatras e psicólogos atualmente, fui assistir a uma conferência no IPLA (Instituto de Psicanálise Lacaniana) e lá estava o Dr. Valentim Gentil, um psiquiatra renomado como explicou minha amiga, discorrendo sobre angústia. Gostei muito dele, a humildade, o interesse pelo estudo e pesquisa me fascinaram. Me identifiquei já que uma das preocupações dele é exatamente a questão dos equívocos de nomenclatura. Ao longo dos anos os termos foram ficando deturpados e confusos, o que acarreta problemas de comunicação. Por exemplo, se digo que estou depressiva querendo dizer doente, alguém emenda: "é eu também não estou muito bem, acabei de fazer a unha e o esmalte amassou!". Hein? É preciso dar nome aos bois! Dr. Valentim tem razão! Também adorei quando ele disse que medicina não cura, talvez por isso a maioria dos médicos se importem tanto com as doenças e tão pouco com os doentes, o incurável é um mistério, logo se torna o alvo para a classe médica. Esta deveria ser apaixonada pela originalidade de cada ser humano e não pela doença em si.

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