A uns dois meses atrás me peguei escrevendo senhas de banco e emails em meu caderno sagrado, estava tranquila. Aquele desespero que senti antes das duas vezes em que tentei me matar não existia. Estava calma, técnica, pensando detalhadamente o que seria necessário para dar o menos de trabalho possivel após minha morte. Quando me dei conta da situação achei estranho.
Era inédita a frieza em que me achava antes de me matar. Justifiquei: farei isso pois não aguento viver assim com essa depressão que ora se agrava ora dá descanso. E a linha de pensamento, como de costume, foi longe e cheguei a conclusão que algumas pessoas simplesmente nasceram para ter o destino de se matarem. Por que não? Eu seria uma delas. Decidi levar tal assunto para meu terapeuta antes do grande dia! Há tantas coisas incriveis no nosso planeta, eu havia descoberto meu sentido na vida: me matar! (não! A minha descendência árabe nada tinha a ver com a idéia suicida. Afinal eu não me explodiria como as mulheres bombas.). Porém, com uma explicação simples e uma vivência, meu terapeuta me fez entrar em contato comigo, e ele e eu provamos para mim mesma que eu estava simplesmente divagando demais, afinal morrer assim causa um desequílibrio tamanho, que simplesmente não vale a pena.
O melhor mesmo é buscar as soluções para a depressão aqui na Terra. Já que é possível viver com a doença, já que é possível amenizá-la eu vou divagar novamente: é possível também saná-la. Por que não? Afinal a depressão é apenas a ponta do iceberg... Há que se desprender de vez das ilusões para poder renascer da doença, inteira, pronta para a vida nova. E de tanto buscar venho encontrando caminhos diversos que se cruzam e convergem para a melhora que é o mergulho a fundo em mim!
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