12 março 2010

PAZ

 Hoje me veio uma impaciência, depois uma calma, depois uma gratidão, depois pensamentos bobinhos, depois um medo, depois alegria...  E então me dei conta de como minha mente anda muito mais serena do que há tempos atrás quando ela vivia acelerada, ligada em tudo a volta, geralmente no negativo. E me atormentava e me desgastava demais, pois insistia em pensamentos ruins e quando vinha um bom logo em seguida ela dava um jeito de mandar pensamentos de derrota, que aquilo bom nao duraria....
  E assim vivia na ansiedade e tal ansiedade gerava mais para que eu fosse atrás de me sentir bem, de ficar mais leve... E então não curtia absolutamente nada, vivia em uma correria interna, tudo era obrigação: comer, tomar banho, levantar, espirrar, falar... E sendo pura obrigação, era muito ruim e o que fazia era acabar de vez com as tarefas. Só executava e não desfrutava. Queria fazer tudo rápido, queria que o dia acabasse e outro viesse logo e acabasse e assim sucessivamente até eu acabar a minha estada na Terra. Quando chegava o Reveillon não via a hora do ano que mal tinha chegado acabar! Não estava no presente, não estava! E nem me ligava que o mal estar era sintoma da doença depressão, aí vinha a culpa!
    Vivia um tormento interno, que de fora não dava para ter um vislumbre dele.
     Tinha muito medo de enlouquecer, de surtar mesmo, da minha mente entrar em parafuso porque eram tantos pensamentos ruins, tanto peso que quase fui esmagada.
   Hoje busco leveza em tudo, só assim tenho paz, mas não nego minha condição, não nego que sou humana. Sou humana depressiva, sou eu que busca leveza porque o peso eu já conheci, as compulsões, os vícios, as mentiras e fantasias que inventei para mim mesma, a autodestruição... Foram embora, tomara! E eu fiquei somente humana!
   Uma humana que quando criança puxava os cabelos com força na frente do espelho até arrancá-los, as vezes comia cabelo... Uma época virou mania, eu tirava fios de cabelo e colocava a ponta da raiz na boca. Em uma aula de psicologia, em 2009, descobri que tal mania tem até nome, e ela me acompanhou por anos!
  Já vivi muito no limite, hoje quero paz!
  Quando tinha uns 8 anos escrevi um bilhete de Natal para meus pais dizendo: "a paz ainda é possível!" Sim a minha é!

2 comentários:

Bruno David disse...

Ahhhh! Que texto mais gostoso de ler este seu! Quero paz também... Quero uma paz que me deixe bem pra viver os dias de guerra. Sabe? Uma paz comigo! Uma paz que me deixe ver o lado bom! que me deixe concentrado no presente!
Quero comentar mais sobre isso!
Deixa eu falar pra vc. Você quer/pode me passar seu e-mal? Sei que podemos conversar por aqui, mas seria bom poder escrever coisas que não quero tornar públicas também. E escutar sua opinião...
ABRAÇO!

alysondaas disse...

oi calvin!

que bom que gostou do chamado a paz!
querido meu email é: alysondaas@gmail.com.
escreva!

bjoka