21 setembro 2010

DEPRESSÃO PÓS-PARTO: ELA TEVE E CONTA TUDO!

Entrevista com a mamãe Julien do blog: http://depreposparto.blogspot.com/ que teve depressão pós-parto.

- Como foi sua gravidez? Você e seu marido desejavam ter filhos? 
A minha gravidez foi maravilhosa, engordei pouco, trabalhei os 9 meses, sempre me sentia bem disposta e 
feliz! Sim a Giovanna foi planejada. Tomei anticoncepcional por muitos anos, mas logo que parei já engravidei...eu e meu marido ficamos muito felizes com a noticia! 



- E depois que sua filhinha nasceu, como você descobriu que estava deprimida? 
Logo nos primeiros dias já comecei a me sentir muito triste e chorosa, pensei que tudo iria passar, sendo que pelo que sabia 
era normal se sentir assim, mas a cada dia que passava me sentia pior. Não tinha vontade de comer, não conseguia dormir, 
chorava muito, sentia uma angústia horrível em meu coração, me sentia infeliz, me sentia sozinha...e culpada, pois o que sempre sonhei era ser mãe e quando ocorreu...eu não queria! Essa culpa dói, machuca e faz com a depressão piore. 

- Qual era o sentimento em relaçã
o a sua filha, família e a você mesma? 
Bom, comigo mesma acho que era o pior, eu me sentia muito mal, muito mal mesmo por estar não querendo 
mais ser mãe. A relação com a Gi tb era bem complicada, pois não conseguia cuidar dela com carinho e dedicação, acabava 
fazendo as coisas por obrigação. No começo a minha familia não entendia muito bem o que estava ocorrendo comigo, bom nem eu mesma entendia, mas sempre achei em meu marido, em meus pais e irmã todo o apoio que precisei; foi a minha mãe que me pegou e me levou ao psiquiatra. A compreensão de meu marido foi essencial, pois sei o quanto ele tb estava sofrendo em me ver daquele estado. 
 
- Quais foram as maiores dificuldades que você
 enfrentou nesse tempo? 
Eu não conseguia acreditar que estava com depressão pós-parto, não conseguia aceitar a doença, não queria aceitar o tratamentoforte, pois tinha que desmamar a Giovanna, pois pensava eu que a única coisa boa que eu dava ela era o meu peito, mas tenho que admitar que o fazia sem vontade, sem amor.... 
Muito difícil tb foi a volta ao trabalho, tanto que não consegui e acabei sendo afastada por pedido médico. 

- Como superou a depressã
o pós-parto? 
Com tratamento pisiquiátrico, antidepressivos e algumas sessões de terapia para aceitar a depressão. 
Mas o meu maior remédio sempre foi a Giovanna que mesmo me vendo chorar, sorria para mim e dizia com os olhos..."mamãe, não chora tudo vai ficar bem..." 
Chega a ser bem difícil acreditar que tudo iria ficar bem, mas sim...Graças a Deus...tudo voltou ao normal...eu voltei a ser a Julien de sempre, com meus defeitos e minhas qualidades. 
E a ajuda de minha família e amigas foi tb muito importante, pois vinham em minha casa nos ajudar, ajudar com a Gi, me ajudar. 
Sabe que em muitas horas eu nem precisava conversar muito ou desabafar, apenas sentir que tinham pessoas a minha volta prontas a nos ajudar, jádavamuita força e conforto. 
O apoio da família, do marido e de amigos queridos é muito importante. 

- Qual seu conselho para as mães
 e famílias que passam pelo mesmo problema? 
A primeiro passo é aceitar a doença e para de se sentir culpada. 
Não percam tempo sofrendo, procurem uma ajuda profissional de qualidade! 
Façam o tratamento e acompanhamento médico certinho, não desistam. 
Não desistam de vcs e muito menos de seu bebê. 
Conversem com mães e famílias que passaram ou ainda passam pela mesma dor. 
E tenham a certeza que a depressão pós-parto tem cura. 
E lembren-se que depressão não é frescura é doença. 
Aceitar a ajuda de pessoas próximas tb é muito bom, é ótimo. 

Por Priscilla Rocha 
Vila Mulher - Reporter 



Um comentário:

Anônimo disse...

Ola E exatamente todos esses sentimentos que tenho dentro de mim.Fico aliviada que esta dor ade ter um fim, mas cada dia que passa me sinto mais fraca sem forças para lutar.Amo meu filho mas nao tanto como desejaria, nunca pensei em lhe fazer mal mas todos os dias penso nesse destino para mim.