25 agosto 2010

CUIDADO! PESSOAS CONFUSAS TRANSITANDO!

Percebo que ao longo da minha vida fui muito sortuda: conheci pessoas generosas e humanas que ao me ver secando devido a depressão me nutriram de amor e carinho. Se não fosse por elas nas fases mais críticas da doença não estaria aqui hoje. O tempo passou e tais pessoas, que até hoje são amigas queridas, estão espalhadas pela bolota terrestre. Mas de uns quatro anos para cá notei que o oposto também aconteceu:
 pessoas tumultuadas, falsas e confusas se aproximaram, e eu vulnerável por causa da doença, estreitei laços com elas. Não sei se é porque a cidade em que vim morar é a super metrópole São Paulo... Pensando agora pode até ser, o fato de ser cidade grande e tal... Embora quando morei em Curitiba não tivesse problema algum... é que lá não conheci ninguem mesmo.
Isto me faz pensar: será que uma pessoa que sofre de depressão, o estado moderado, porque o grave a coitada fica fora do ar mesmo, mas no estado moderado, será que ela tem condições de assumir a vida dela? Eu não tive e percebo que todos os conflitos com pessoas com as quais me aproximei de 4 anos para cá foram justamente por estar doente, sem condições de assumir minha vida, a qual eu mesma anulava.
Acabei por trombar com pessoas que pareciam ser bacanas e logo eu me aproximava, colhi o resultado de tais amizades relâmpagos: parece que se tem afinidade com o outro, parece que o outro te entende, parece que há uma união e respeito, assim em poucos meses já somos super amigos. E mesmo diante de vislumbres do que a pessoa realmente é, a doença massacra tanto que não importa, talvez porque o que o depressivo mais queira é poder estar com pessoas que o envolvam com compreensão e amor, porém diante da escassez desses itens ele acaba por aceitar paliativos.
Portanto aqueles que sofrem de depressão como eu: atenção há pessoas, que talvez  até tenham depressão ou sejam "saudáveis", que se aproximam, parece que tem afinidade, que querem o seu bem, mas o mal é o que acontece! Ficamos muito vulneráveis, deixamos de ser nós mesmos, portanto é preciso prestar atenção com quem nos relacionamos, porque senão depois que melhoramos percebemos que aqueles tinham a ver sim com toda a negatividade e turbilhão da doença!

2 comentários:

Fátima disse...

Oi, boa noite. Dez meses de tratamento e eu ainda não descobri em que escala está a minha depressão. Nunca perguntei para o meu psiquiatra e acho que ele não mencionou nada a respeito. Já tranquei meu curso faltando 45 dias para pegar o diploma. Cogitei inúmeras vezes suicídio, quase chegando às vias de fato. O que me impedia é que moro numa cidade minúscula; no minuto seguinte todos saberiam e começariam a censura direcionada à minha família e, no final, seriam 3 caixões a serem velados no mesmo dia - meu e de meus pais. Quanto às amizades (verdadeiras), nem tenho, só colegas. Não sei, mas, no meu caso, a depressão inibe alguma possível relação estreita de amizade.

Ana Maria Saad disse...

Fatima,

"antes so do que mal acompanhada!"
mas não desista de se tratar!! terapias estão aí aos montes! a melhora é possivel sim!

c cuide!

bjoka