21 fevereiro 2010

PAPIS

 Tenho falado de meu pai ultimamente, e ainda há alguns relatos "baleinhos" (pesadinhos) que quero escrever.
  Mas não quero que de modo algum pareça que estou prisioneira desse passado, ao contrário!
  Se hoje consigo escrever sobre isto no meu blog é porque a coisa toda foi identificada e digerida, caso contrário acabaria por quebrar o teclado do computador de raiva!

  Sim, porque durante um bom tempo depois de encarar os fatos obscuros de minha infância fiquei muito puta da vida, brava demais, revoltada para em seguida desabar em tristeza e vitimização: "por quê? como alguem faz isso com uma criança? que escroto, cretino!".
  Sim ele foi um escroto e cretino, quem o deixou agir assim também teve muita responsabilidade.
  Mas também foi graças a uma conversa com ele, a única franca e honesta que tivemos, que fui iniciada em algo que transformou a minha vida: a percepção do quanto as relações familiares nos influenciam vida afora e que se não tomamos consciência de nós mesmos, e deste fato que a psicologia já estuda a muchos anos, principalmente a junguiana que adoro e a bioenergética, somos fadados a vivermos pela metade, vagando pela bolota terrestre em estado "zumbiado",  desequilibrados.
 
        Há anos atrás ir na academia de ginástica era algo que pouquíssimas pessoas faziam, se exercitar não era algo popularizado, hoje em dia o quadro mudou. Daqui uns anos acredito também que além de cuidar do corpo físico, cuidar do corpo mental será como ir na academia de ginástica, algo popular, natural que faz parte da nossa rotina.
    Isto se o mundo não acabar em 2012! Adoro a possibilidade!

4 comentários:

LuZ disse...

A coragem de expor aqui suas experiências passadas deixa claro a superação e aceitação. Você agora pode olhar pra tudo isso e dizer: isso aconteceu comigo, isso faz parte da minha historia, não é sem consequências, mas não fiquei nisso, e com tudo isso eu construi o que sou hoje!
Um exemplo pra mim de vontade, de trabalho duro, de resiliência.
Apesar da leitura densa, da pra sentir que a dor não ficou intacta.
Happy revelation year!
beijões

Bruno David disse...

Olhar para o passado com o OLHAR de adulto (pelo menos em idade)é uma experiência que tento fazer com cuidado. Sabe por que? porque os sentimentos geralmente são os de criança, e a mente julga como adulto, julga como se naquele momento da infância entendêssemos as coisas como nós vemos hoje.
O pior é ficarmos tristes por não aceitarmos as pessoas como elas são. Sejam ruins ou boas. E querer que algo fantástico/sobrenatural/mágico aconteça e mude as pessoas PRA GENTE. Como se as pessoas tivessem que seguir o que nós julgamos ser melhor.
Como o tópico era sobre PAI. Vou ser mais objetivo.
Demorei pra aceitar ( ainda não aceito totalmente) meu pai como ele é. Me chateava com as ações dele e estava sempre julgando o que ele fazia.
Lembro que quando fiquei MAL, tive uma conversa DURA com ele. No geral falei que as atitudes dele me chateavam e queria que ele mudasse. Ele me disse que deveria VIVER A MINHA VIDA. Mas num sentido bom. No sentido de que deveria tentar sentir e me preocupar mais comigo, com quem sou, do que ficar chateado e ficar tentando mudar ele. Cada um vive sua vida como bem entende. O pior é deixarmos as coisas afetarem a gente....
Falo mais sobre isso depois....
ASSUNTOS COMPLEXOS!!!!
Grande abraço!

Unknown disse...

gostei do q disse o Bruno.Talvez eu seja ,como mesmo me chamo:''pamonha''.Não consigo julgar demais pessoas ou fatos.Cada circunstâncias de momento afetam toda a situação.em medicina não podemos julgar a atitude médica naquele atendimento pois o raciocínio médico muda conforme vários fatores.Ainda acho q o melhor é''não ligar pra nada''.Amar-se e ao próximo pois estamos no mesmo barco,na vida,e ela é difícil pra todosssss.

Ana Maria Saad disse...

pois é Bruno mais uma vez a mente... os mecanismos dela são incriveis para nos sabotar de sermos! e ainda mais para uma mente doente, como dos depressivos, é preciso muita terapia para não se deixar levar pela danada e fugir de ir a fundo em si. por isso falo tanto da amada psicologia que ainda é tao pouco valorizada!
a sua vida, como a de todo ser humano, muito foi inlfluenciada pelo pai e mãe, e para vive-la agora de modo independente, viver a sua vida, é preciso encarar isto...

bjokas